segunda-feira, 17 de maio de 2010

Constança.

o sol queimava aquela pele de Inverno, nas escadas onde esperava. trazia vestido florido e lábios secos, mais um nervoso miudinho que fazia cocegas na barriga. esperava, perante o amontoado de gente que não tinha tempo para esperar e subia e descia as escadas sem reparos, suspiros ou ais. Constança esperava ora tendo as mãos guardadas no regaço ora segurando o queixo, numa clara atitude de aborrecimento e ansiedade. e a cidade quente e sonolenta não a ajudava. mas esperou ali até esmorecer a tarde soalheira e se fecharem os olhos à cidade e à pobre moça por uns instantes. já o sol lhe não beijava a pele agora queimada e Constança levantou-se, cruzou os braços e foi-se embora.

- porque esperas-te a tarde toda por alguém que não chegou, Constança?

- marquei encontro comigo mas acho que não quis aparecer... sou um bocado timida.


e fiquei muito tempo com cara de parva a olhar para aquela criatura de Deus.

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