Vós, nossos anjos-guerreiros cativos,
Que pela formosa e fresca Liberdade
De amor perdidos e, assim soltos e vivos,
Marcharam sobre as ruas da cidade:
Armas na mão, coragem no coração.
Trouxeram o povo unido, quais crentes,
Movidos ao som da esperançosa canção
E passos de soldados, capitães e tenentes
Fervorosos, ansiosos, gloriosos.
Essa luta feroz mas desarmada
Prostrou os muros andrajosos
Sob o verniz já quebrado da calçada.
E em divino espectro celestial,
A Liberdade se levantou e beijou
Todo este nosso pequeno grande Portugal,
E plantou em cada peito de guerreiro
Um cravo vermelho e um voo de gaivota.
E foi por vós, por nós, povo aventureiro,
Que traçámos na História nova Rota.
"Dentro de ti, ó cidade / O povo é quem mais ordena (...)"