terça-feira, 16 de novembro de 2010

(já) É tempo!



É tempo de luta e tempo não há p’ra lutar!
E tempo e luta que não temos, comem eles ao jantar.
Morre o Povo à fome e fome p’ra lutar!
Cautela filhos do homem aí no altar.


Filhos da Terra, tempo é de cantar!
Abril não colhe frutos, há que os plantar.
O tempo urge no seu esperar.
Vem nobre português com coragem de mar!


De peito aberto, galga os lajedos;
De haste em punho, contra torpedos;
Corta o silêncio, destrói vãos enredos;
Anda Povo, marchar sem medos!







Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada hà covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação.
- Zeca Afonso, "A morte saiu à rua"



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