Deixemo-nos de palavras gastas, vagas, desprovidas de sentidos literais ou literários.
Deixemos as folhas em branco: interrogação constante sobre o que deveria ser escrito, "dito", expresso, impresso, riscado ou (in)conscientemente apagado.
Deixemos de nos traduzir, em sentidos duplos e subjectivos, em caracteres desenhados, dactilografados, pintados, redigidos numa letra perfeitamente delineada.
Deixemos de escrever todo o tipo de qualquer texto ou não texto, que possa ser entendido minimamente por qualquer membro de uma sociedade escrava de uma literacia enganosa.
Paremos.
- Que o silêncio de uma folha de papel também tem o direito a ser
lido,
interpretado,
digerido
e dignamente estudado.
(E quem sabe, na sua falta de possível compreensão, compreendido.)
- Querias dizer alguma coisa?